Novo blog? E as entrevistas?

Olá pessoal!
Sim, por motivos pessoais e por buscar  reinventar-me e recriar-me, criei outro blog, que continuarei com postagens de assuntos variados, mas de assuntos que tenho o mínimo de contato, para poder gostar do que estou falando.
O que foi postado aqui e que estava dando-me incomodo apaguei, algumas coisas reutilizarei após algumas correções, mas quero constar que  ALGUMAS POSTAGENS NÃO FORAM APAGADAS e iram permanecer aqui.
Para não perder a data, veracidade e seriedade das entrevistas feitas sobre a serie do blog "OS MOVIMENTOS SOCIAIS DO BRASIL"  essas postagens continuaram aqui, e as  próximas que foram feitas na mesma temática sairão  no novo blog.
Quero também com alegria ressaltar, que estou em conjunto de uma professora minha transformando essas entrevistas em um artigo, então preparem-se, vem novidade por ai.
Bem sem mais delongas, abaixo encontra-se o logotipo temporário e o link que irá leva-los ate a pagina inicial do mesmo.

Blog: Recortes Diversos 2.0
Link do blog: https://marinhorecortes.blogspot.com/

Logotipo temporário:














Bom pessoas, é isso, espero que gostem do que vão ver no novo blog e como diz o ditado "bola pra frente".
Fuiiii....

Unidos pelo futebol da copa!

Créditos da foto; Liziene Matias
Todos vibram no mesmo ritmo, vizinhos se reúnem e enfeitam a rua, combinam de ver o jogo todos juntos, um faz pipoca o outro traz a TV e todos ficam unidos, como se fossem um único ser, então param a rua e sentam focados completamente na TV a espera do jogo.

E então é chegada a hora mais esperada, o apito soa indicando o inicio da partida e o narrador anuncia para que lado foi a bola, a animação aumenta e todos riem de alguma falta, reclamam quando há injustiça e claro vibram, no mesmo ritmo e na mesma intensidade quando algo inimaginável acontece.

E quando o a nossa seleção faz um gol, há esse momento é o mais que especial, chega a ser magico, é gritaria em massa, euforia, abraços e claro muita emoção emanando do olhar, até daqueles mais novos que não entendem bem o que está acontecendo.

Há mas quando o gol vem do adversário, uma tristeza bate profundo, que como a felicidade, abala a todos, mas isso não significa que as esperanças morreram, pelo contrario, as vibrações ficam maiores, os brasileiros se unem e tentam mandar suas forças para os jogadores, porque todos são assim, apaixonados pelo futebol.


- Sávio Marinho

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Tag: Cinco coisas...

Oi pessoal!
Hoje venho trazer para vocês a tag cinco coisas. Essa tag que é muito conhecida por estimular a criatividade e a velocidade em caso de desafio.
Então vamos nessa:

➽ 5 coisas para fazer antes de morrer

1- Viajar para Portugal
2- Conhecer o Brasil
3- Aprender a dançar
4- Fazer um filme
5- Ser reconhecido

➽ 5 coisas que falo muito

1-"Nunca nem vi"
2- "Estou com fome"
3- "Cuscuz é vida"
4- "Deus existe"
5- "O mundo dá voltas"

➽ 5 coisas que eu faço bem

1- Escrever
2- Opinar
3- Observar
4- Ensinar
5- Defender o certo

➽ 5 coisas que me encantam

1- Livros
2- Séries
3- Natureza
4- Musicas com sentimentos
5- Fragilidade humana

➽ 5 coisas que não gosto

1- Mentiras
2- Insensibilidade
3- Preconceito
4- Desordem
5- Desrespeito 



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Sobre o Movimento LGBT

Oi pessoal! 
Um dos movimentos sociais que mais se destaca na questão da luta por reconhecimento de seus diretos como cidadãos é o movimento LGBT.
Novamente trago a temática  da luta pelos direitos que todo cidadão tem, na entrevista de hoje as perguntas foram direcionadas ao militante do movimento LGBT e do coletivo de juventude Juntos, Rodrigo Manfredini. 

Para ver as postagens anteriores dessa série de entrevistas sobre movimentos sociais:
Clik>> Sobre Movimentos Sociais
Clik>> Sobre o Movimento feminista
Clik>> Sobre o Movimento Negro
O Entrevistado de hoje é Cicero Rodrigo Alves Dias.
A entrevista tem um total de 14 perguntas em postagem única.

Recortes Diversos (RD): O que é o movimento LGBT e o que ele busca?

Rodrigo Manfredini: Em síntese, o movimento LGBT é um movimento social que luta contra o processo de marginalização e violência histórica para com lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e demais variantes de orientação sexual (atração afetivo-sexual – por quem se sente atraído) e identidade de gênero (autoafirmação de gênero – como se reconhece). Acontece que há uma norma, ou melhor, há um padrão construído cultural e socialmente que diz que o “natural”, o “correto”, o “normal” é a heterossexualidade (atração afetivo-sexual pelo gênero oposto) e a cis-gêneridade (adequação à identidade de gênero atribuída à sua disposição genital ao nascer). Sendo assim, tudo aquilo que não corresponder a esse padrão tende a ser marginalizado, tido como “não-natural”, “perversão” e “anormal”. Logo, o movimento LGBT surge como movimento de enfrentamento a essa perspectiva, que dá suporte às mais variadas formas de violência, seja simbólica, física ou verbal. Hoje se costuma adicionar o sinal de + junto à sigla LGBT, ou seja, LGBT+, como modo de contemplar as muitas variações de orientação sexual e identidade gênero mapeadas. É importante ressaltar que o movimento LGBT não é um todo homogêneo, uma vez que congrega várias identidades, além do que há também diferenças no que diz respeito à perspectiva de como tocar a luta. Eu particularmente, enquanto LGBT, por fazer parte de um coletivo de juventude anticapitalista (o Juntos!), costumo pautar a luta sob uma ótica necessariamente anticapitalista, demarcando a importância de combate à LGBTfobia indissociada da construção de outra organização social (sem machismo, racimos e qualquer forma de opressão), estando atento e combatendo principalmente aos processos de apropriação das pautas LGBTs pelo capital no intuito exclusivo de criar nichos mercadológicos.

Recortes Diversos (RD): Quando e como se teve inicio ao movimento LGBT no Brasil?

Rodrigo Manfredini: Segundo a professora Regina Facchini, do departamento de Ciências Sociais da Unicamp, o movimento LGBT organizadamente teve início no Brasil no final da década de 70. O “Somos – Grupo de Afirmação Homossexual”, de São Paulo, é considera o primeiro grupo organizado que lutava em favor dos direitos LGBT.

Recortes Diversos (RD): Qual o real impacto que o movimento LGBT quer causar na sociedade?

Rodrigo Manfredini: Impacto é uma palavra utilizada quase sempre pra expressar o teor negativo de alguma ação ou situação. Então, diria melhor que o movimento LGBT tem pretensões ou objetivos. Assim, considero que a pretensão central do movimento LGBT, pelo menos o qual reivindico, é a desnaturalização da heterossexualidade e da cis-generidade enquanto manifestações de gênero e sexualidade humanas autênticas, porque isso implica consequentemente na propagação de discursos e práticas que violentam LGBTs diariamente por não corresponderem à norma. Em termos mais fáceis de serem compreendidos, pretendemos fazer com que as pessoas entendam (e fiquem INDIGNADAS também) que a cada 27 horas uma pessoa LGBT é brutalmente assassinada no Brasil por ser LGBT, que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, que a média de vida de uma pessoa transexual não chega nem a 35 anos (enquanto a média brasileira chega a quase 70), que grande parte das pessoas transexuais estão na prostituição por serem rechaçadas pelo mercado formal, além de inúmeras outras evidências concretas do nosso dia a dia. Logo, a pretensão é fazer com que as pessoas entendam que tudo isso decorre da “aceitação” e propagação dos discursos que colocam LGBTs como “anormalidades”, “pervertidos” e “antinaturais”.

Recortes Diversos (RD): Pra você uma pessoa nasce ou se torna LGBT?

Rodrigo Manfredini: Esta é uma das questões mais complicadas e complexas de se responder. Há esforços, principalmente no campo da biologia, que procuram dar conta de alguma explicação sobre qual a origem da homossexualidade e da transexualidade, por exemplo. Entretanto essas tentativas de dar conta da realidade parecem está longe de darem algum parecer definitivo sobre tais questões, já que são permeadas por toda uma complexidade que pode dificultar tais apontamentos. Apesar disso, podemos fazer algumas observações e considerações. Antes de qualquer abordagem, precisamos entender que as orientações sexuais e as identidades de gênero postas em questão nesse caso sempre são as que não correspondem à cis-hetenormatividade. Assim, para nós, uma premissa importante de ser colocada é que a homossexualidade (e outras orientações) e a transexualidade (e outras identidades) são variações da orientação sexual e da identidade de gênero humanas assim como a heterossexualidade e a cis-generidade. Logo, a questão maior não deve tratar-se de saber se “se nasce” ou “se torna”, uma vez que se a verdade (quem ainda não sabemos de fato) for que “se nasce LGBT” assim também será para heterossexualidade, do mesmo modo se alguém “se torna LGBT” os heterossexuais também se tornam heterossexuais.

Recortes Diversos (RD): Você acha que o movimento já tem alguma conquista gloriosa aqui no Brasil?

Rodrigo Manfredini: Desde que surgiu o movimento vem acumulando conquistas. Uma das primeiras vitórias adveio com a campanha nacional iniciada em 1981, impulsionada pelo Grupo Gay da Bahia, para que o Conselho Federal de Medicina retirasse a homossexualidade da lista de doenças. Essa vitória veio em 1985, cinco anos antes da Organização Mundial da Saúde fazer o mesmo. O processo de redesignação sexual (conhecido como “mudança de sexo”) para pessoas transgêneros passou a ser permitido a partir de 2002, pelo Conselho Federal de Medicina e desde de 2008 passou a ser oferecido pelo sistema de saúde pública. Outros ganhos mais recentes são o reconhecimento, por parte do Supremo Tribunal Federal em 2011, da união estável entre pessoas do mesmo sexo e, em 2013, o direito ao casamento civil assim como a conversão das uniões estáveis em casamentos, através do Conselho Nacional de Justiça. A conquista da utilização do nome social por travestis e transexuais vem tendo ganhos ao longo dos últimos anos, como destaque para o reconhecimento de tal direito pelo ENEM, a partir de 2013 e, a partir de janeiro de 2018, a autorização do Ministério da Educação para que seja reconhecidos os nomes sociais na educação básica. Vale ressaltar que tratamos disso como “concessão” das instituições apenas sob perspectiva formal, uma vez que é fruto objetivamente de muita luta das LGBTs. Além do que, precisamos exigir que essas conquistas sejam incluídas efetivamente na legislação nacional, para que sejam resguardadas.

Recortes Diversos (RD): É verdade que um homossexual não consegue manter relações estáveis?

Rodrigo Manfredini: Se estiveres falando daquilo que também denominam de “promiscuidade”, ressalto que é importantíssimo combatermos essa visão unilateral e taxativa sobre LGBTs. Essa construção social dar-se nos contextos de uma concepção moral religiosa rígida, mas é preciso demarcar que a rigidez só é manifesta para com pessoas LGBTs, uma vez que o rechaço não acontece quando tal prática é protagonizada por pessoas heterossexuais, principalmente quando se trata de homens. Falando sobre a prática em si, que grosso modo pode ser tida como “não ter parceiro(a) fixo(a)” ou “ter vários(as) parceiros(as)”, precisamos tentar fazer o esforço de considerar quando a escolha individual entra em cena, isto é, quando uma pessoa decide “não ter parceiro(a) fixo(a)” ou até mesmo “ter vários(as) parceiro(as)”, em que ela detém o poder de decisão sobre o seu corpo, seus desejos e suas vontades e, quando se tratando de “vínculos mais duradouros”, que seja responsavelmente consensuado entre as pessoas envolvidas.

Recortes Diversos (RD): É verdade que no próprio meio LGBT tem preconceito contras as travestis?

Rodrigo Manfredini: A comunidade LGBT num sentido amplo não é um todo homogêneo. Pode congregar pessoas das mais variadas classes sociais, raças e etnias, assim como abriga as mais diversas identidades, o que de nenhum modo deve justificar a existência de preconceito contra as travestis. Entretanto, não podemos também considerar a comunidade LGBT como algo alheio à sociedade na qual está inserida, de modo que podemos notar sim a reprodução de práticas transfóbicas dentro do próprio meio, assim como de práticas lesbofóbicas, bifóbicas ou homofóbicas, como reflexo da LGBTfobia estrutural e sistêmica. Diante disso, nossa tarefa é combater diariamente a reprodução dessas práticas dentro do meio e movimento LGBT e na sociedade como um todo.

Recortes Diversos (RD): O que é Transfobia?

Rodrigo Manfredini: Denominamos de transfobia práticas e discursos que propagam aversão às pessoas travestis, transexuais e transgênros e que assim dão suporte à permanência dessas pessoas às margens da sociedade, sem o reconhecimento de direitos básicos como o direito à própria vida. Sempre que oportuno, precisamos deixar explícito que a transfobia não é algo a-histórico ou natural, mas sim uma construção cultural e social decorrente das normas e valores morais entranhados nas diversas organizações sociais.

Recortes Diversos (RD): Como se sente ao saber que ainda em muitos países é crime ser homossexual?

Rodrigo Manfredini: Muito triste. Um dos casos mais emblemáticos é o da Uganda, país onde ser LGBT é considerado crime. Entretanto, precisamos também reconhecer e dar visibilidade à luta e à resistência das LGBTs de lá. Desde agosto de 2017, um grupo de LGBTs da Uganda estão protagonizando a produção de um álbum de músicas pela descriminalização de suas identidades e de suas vidas, denominado “Rainbow Riots”. O grupo carrega o seguinte dizer: “In Uganda it’s illegal and dangerous to be LGBTQ. It’s time for a change”, tradução “Em Uganda é ilegal e perigoso ser LGBTQ. É hora de mudar”.

Recortes Diversos (RD): Você acha importante a discussão de gênero nas escolas?

Rodrigo Manfredini: Mais que necessário. Nos últimos tempos, principalmente durante o ano de 2017, fomos surpreendidos com a circulação de projetos de leis nas câmaras municipais das diversas regiões do país sob o julgo do combate a uma pretensa “ideologia de gênero” nas escolas. No nosso entendimento esse é um contra-movimento impulsionado por setores conservadores da nossa sociedade diante dos avanços nas políticas públicas para mulheres e LGBTs, que contestam o papel de subalternidade relegado a esses grupos ao longo da história. A distribuição dos kits anti-homofobia (enquanto um manual de formação) aos professores da educação básica era um possível avanço recentemente interrompido pelo veto da ex-presidenta Dilma Rousseff, por pressões da bancada evangélica do Congresso Nacional em troca de uma fajuta governabilidade. Voltando ao difundido combate à tal “ideologia de gênero”, nós fazemos a contraposição dizendo que se há nas escolas uma “ideologia que produz gênero” essa ideologia é a cis-heteronormativa, por exemplo, quando é posto que há brinquedos somente de meninos e brinquedos somente de meninas e etc. Nesse sentido, a escola deve ser um dos espaços centrais no processo de desconstrução dessa normatividade que apregoa desigualdades, tendo como horizonte o respeito às diversidades.

Recortes Diversos (RD): O que você acha da “cura gay”?

Rodrigo Manfredini: A narrativa que propaga a tal “cura gay” parte do pressuposto de que a homossexualidade seja uma doença e assim careça de cura. Entretanto, nossa posição é direta, como dita anteriormente: a homossexualidade é mais uma variação da sexualidade humana e ponto. Inclusive tal constatação já foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na década de noventa, quando retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. Apesar de disso, nossa luta não deve parar por aí, pois precisamos exigir que a transexualidade também deixe de ser considerada uma doença mental pelo Código Internacional e Doenças (CID).

Recortes Diversos (RD): Um filme ou livro que todo mundo deveria ver/ler para entender melhor sobre o movimento?

Rodrigo Manfredini: Indico o documentário “A Revolta de Stonewall”, disponível no YouTube. A Revolta de Stonewall é considerado um marco importantíssimo pro movimento LGBT do mundo todo. Tal acontecimento é reconhecido como o primeiro registro de um levante de LGBTs contra as rotineiras ações repreensivas da polícia. Naquela madrugada de 28 de junho de 1969, quando a polícia resolveu invadir o bar Stonewall In, nos Estados Unidos, centenas de LGBTs se revoltam contra as ações abusivas e agressões físicas por parte dos policiais e insurgem com um movimento de autodefesa. Na noite seguinte aconteceram novos confrontos, quando a polícia novamente decidiu intervir naquela região considera por LGBTs como um refúgio. Tal movimento culminou na organização de uma marcha pela liberdade das e dos LGBTs serem quem são.
O filme “Orações Para Bobby” (disponível no YouTube), também muito bom, é baseado numa história real. Retrata a história de um jovem estadunidense que se descobre gay e que ao fazer tal revelação para sua família passa a sofrer com o peso do discurso religioso, principalmente por parte de sua mãe.
“Bichas, o documentário”, disponível no YouTube, é longa brasileiro protagonizado por bichas pernambucanas que falam sobre vivências e autoafirmação.
Também sugiro o documentário “Laerte-se”, produzido pela NetFlix, que conta um pouco sobre o processo de autoaceitação, como mulher transexual, da cartunista brasileira Laerte Coutinho.

Recortes Diversos (RD): Você tem alguma religião e o que acha da bíblia?

Rodrigo Manfredini: Não professo nenhuma religião e sou agnóstico. Respeito e defendo o direito garantido constitucionalmente de liberdade de crença a todo e qualquer cidadão, entretanto, precisamos ficar atentos aos processos de construção de bancadas religiosas nos parlamentos, principalmente por parte dos evangélicos, que querem ditar as leis civis a partir de suas crenças e valores religiosos. Sobre a bíblia, na minha concepção é um documento histórico reflexo do tempo e do modo como se organizava socialmente o lugar onde ele foi escrito.

Recortes Diversos (RD): Qual pergunta você gostaria de fazer a um homofóbico? Porque?

Rodrigo Manfredini: Alguma vez na vida você teve que esconder sua orientação sexual ou sua identidade de gênero? Você já pensou na possibilidade não ter acesso a direito civis, como por exemplo direito a casar-se com a pessoa que você desejar, em função da sua orientação sexual ou identidade de gênero? Você já teve medo de ser rejeitado ou violentado por ter a orientação sexual e a identidade de gênero que você tem?

Rodrigo Manfredini 
21 anos
Formação acadêmica: Estudante de filosofia da UFCA.
Militante do movimento Juntos e do movimento LGBT há 3 anos.



"Pelo direito de Ser e Amar, vidas LGBTs importam!" -  Rodrigo Manfredini


Ps: Deixem nos comentários o que desejam ver nas próximas "entrevistas".

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Tag: Completando a frase

Oi pessoal!
Hoje trago para vocês mais uma tag!
Espero que gostem!

1- Sou muito: Brincalhão; eu gosto de fazer brincadeiras que façam as pessoas sorriem, o sorriso dos outros deixa-me conectados.

2- Não suporto: Gente falsa; pessoas que não buscam o bem dos ou que se mostrar ser uma coisa, mas quando o tempo passa se mostra ser outra.

3- Eu nunca: Viajei para fora do pais; gente nunca fui para outro pais, e para ser mais sincero, o único Estado que fui já viajei fora o ceará que é onde moro foi Rio Grande do Norte, e mesmo assim não conheço muitos dos pontos turísticos.

4- Já briguei: Por coisa que me arrependi, e algumas não deu para voltar atrás.

5- Quando criança: Sorria mais.

6- Neste exato momento: Estou mais feliz com o que Deus me deu.

7- Morro de medo: Ser enterrado; ter medo dá morte em si é uma coisa norma, mas o meu medo não é de morrer, mas de ser enterrado.

8- Eu sempre gostei: De saber a verdade por mais que ela vá doer! O nosso mundo já tem muitas mentiras do rodeando.

9- Se eu pudesse: Exterminaria todo e qualquer tipo de preconceito; esse é o sonho de muita gente, por isso eu venho fazendo minha parte.

10- Fico feliz quando: Alcanço meus objetivos após muitas batalhas.

11- Se eu pudesse voltar no tempo: Não mudaria nada, apenas veria os pequenos detalhes de coisas boas de novo.

12- Adoro: A arte!

13- Quero muito viajar: Por todo o brasil, quero conhecer novas culturas de perto, ver o nosso lindo país.

14- Eu preciso ser:  Mais paciente e menos estressado.

15- Não gosto de ver: Injustiças acontecerem; por isso sempre que consigo, intervenho.


* * *
 



Eu indico para:  Devaneios na bagagem, Dois jeitos de ser e para quem mais quiser!




- Vi essa tag em : Perguntas para tags.

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Sobre o Movimento Negro #Continuação #EntrevistaRecortesDiversos

Hoje trago a continuação da "Entrevista" sobre o movimento negro com o grande mestre Nicolau neto do blog Negro Nicolau.
Para ver postagens anteriores dessa serie de Entrevistas/Projeto sobre os movimentos sociais:
Clik >> Sobre Movimentos Sociais
Clik>> Sobre o Movimento Feminista 
Clik>> Sobre o Movimento Negro

Entrevistador:Sávio Marinho
Entrevistado: Nicolau neto

Recortes Diversos (RD): Qual a principal conquista que o movimento já teve?

Nicolau NetoPoucas foram às conquistas, mas as que conquistamos são provenientes de muita luta e reivindicação dos movimentos negros e demais pessoas, como as leis de cotas em concursos públicos e universidades - mas que precisa ser ampliada para outros municípios e universidades, inclusive para a URCA. O Estatuto da Igualdade Racial e as Leis 10.639/03 e 11.645/08 que obriga o estudo da cultura africana e afro-brasileira e da cultura indígena, nas escolas, respectivamente, além da instituição do dia nacional da consciência negra e do dia 20 do mesmo mês, mas no âmbito local, que instituiu ponto facultativo nos setores públicos de Altaneira. São poucas, porém, significativas. Precisam de reajustes. Algumas porque estão incompletas e outras porque ainda não surtiu o efeito esperado.
As leis que tornam obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e indígena nas instituições de ensino ainda não vingou mesmo depois de 13 e 08 anos, respectivamente. O ensino brasileiro ainda é pautado e cunhado pelo viés do povo branco, do europeu. E muitas escolas ainda não obedecem a lei, seja por não cumprir, seja por cumprir de forma parcial. Lembro de texto que escrevi para meu blog em novembro de 2015 onde afirmei que cotas raciais ainda é um tabu. Pouco se discute e as pouquíssimas universidades que incluíram esse sistema de seleção nos vestibulares são taxadas de favorecer a desigualdade e citam inclusive a CF/88 para isso, pois segundo ela todos somos iguais. Quanto a instituição do Dia Nacional da Consciência Negra necessita-se também de uma discussão mais profunda, de forma que se permita a ampliação do foco para além de novembro, com debates, palestras e rodas de conversas o ano inteiro. No nível, municipal, o primeiro ano em que a lei entrou em vigor, poucas instituições deram ponto facultativo e as que funcionaram não promoveram reflexões acerca do assunto. O caminho é difícil, mas vamos semeando. 

Recortes Diversos (RD): O que seria o mito da democracia racial?

Nicolau NetoVamos ter que voltar para a questão do racismo como uma ideologia, como gosta de dizer o antropólogo Kabengele Munanga. Segundo ele, a ideologia só pode ser reproduzida se as próprias vítimas aceitam, a introjetam, naturalizam essa ideologia. Além das próprias vítimas, outros cidadãos também, que discriminam e acham que são superiores aos outros, que têm direito de ocupar os melhores lugares na sociedade. Se não reunir essas duas condições, o racismo não pode ser reproduzido como ideologia, mas toda educação que nós recebemos é para poder reproduzi-la.
Há negros e negras que em virtude do processo de escravização que gerou o racismo e as desigualdades, acabam por assumirem o discurso de seus algozes e se alienam, achando que são mesmo inferiores e a outros que nega a si mesmo para poderem ser aceitos no “mundo” idealizado e construído pelos brancos. Um exemplo que salta aos olhos é o vereador eleito em São Paulo, Fernado Holiday. Como ele, há muitos em cidades pequenas do interior do Ceará. Isso acaba gerando o mito da democracia racial. Afinal, o brasileiro foi educado para não aceitar que é racista. Mas basta aplicar o teste do pescoço que logo se perceberá que a democracia racial no Brasil está longe de ser atingida. 


Recortes Diversos (RD): O que seria "Cotas raciais"  e qual seria sua opinião, contra ou a favor?

R: Esse tema é gerador de muita discórdia entre setores da sociedade brasileira. Há aqueles que se posicionam contrário e os que são favoráveis a sua aplicação. Os que são contrários se valem da própria constituição ao afirmarem que todos somos iguais e que as cotas, ao serem aplicadas atestam a inferioridade de quem delas usufruem. Então, para eles/as não se deve tratar as pessoas de forma diferenciadas. Outro argumento muito utilizado é a mestiçagem. Somos um país constituídos de várias misturas, europeu, indígena e africano. Logo, identificar quem é negro e negra no país se torna uma tarefa muito difícil.
O que se percebe, é que todos esses argumentos são facilmente frágeis e não se sustentam. O Racismo no Brasil existe. Ele é cotidiano. Se todos somos iguais perante a lei, porque negros e negras são os que mais sofrem? Por que somos minorias nos espaços de poderes mesmo sendo maioria da sociedade? Então, a discriminação por si só é chave para se identificar quem é negro/a no Brasil.
As cotas não são apenas um sistema de reservas de vagas em instituições públicas ou privadas para determinados grupos classificados por raça ou etnia, na grande maioria das vezes negros e indígenas. Na verdade, muitas pessoas erram ao atribuir as cotas como sendo feita apenas para negros e negras. No Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, o critério (com raríssimas exceções) é a escola pública e não simplesmente a cor da pele. Nos EUA para ter direito as cotas basta ser negro/a. Aqui a grande maioria das universidades e, a URCA (uma das últimas universidades públicas) usam o critério étnico-racial combinado com as condições socioeconômica. As cotas precisam ser entendidas como uma política de ação afirmativa que visa corrigir uma desvantagem histórica.
Se não for vista por este viés as pessoas vão sempre perceber que elas são desnecessárias. Em novembro de 2016 fui à Câmara de Altaneira e lá demonstrei dados do IBGE confirmando que ainda há, mesmo com as cotas, um abismo muito grande, principalmente em educação, entre negros e brancos. Este mês publiquei um texto no Blog Negro Nicolau em que se constatou que só 10% das mulheres negras do Brasil têm ensino superior. As informações são das pesquisas do IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD e PNAD Contínua). Então, isso comprova a necessidade dessa política afirmativa. Quem é contrário as cotas pensam como se não existisse racismo no pais. Logo, enquanto houve discriminação por cor de pele haverá a necessidade de cotas.

9- Qual sua característica negra que mais gosta e lhe marca?

R: A resistência. Nós negros somos resistentes a esse sistema que nos oprime, que tenta nos invisibilizar.

12- Em sua opinião a lei 10.639/03, que obriga o ensino da historia e cultura africana, está sendo bem aplicada?



R: Esse ano a lei completou 15 anos. Já é possível perceber mudanças significativas na aplicabilidade dela nas escolas. Já há uma extensa variedade de textos acerca do assunto para se trabalhar com alunos e alunas e o mais importante, sob o viés de negros e negras. Agora, o interessante é buscar refletir sobre o como as instituições de ensino estão buscando se adequar à lei, enveredando sobre o caminho dos avanços e dos desafios quanto a isso. Então, não basta apenas criar leis obrigando o ensino da história africana, mas tão importante quanto é gerar condições para que o processo ensino aprendizagem ocorra com qualidade.
Quando nos propomos a este tipo de questionamento, verificamos que uma conquista do Movimento Negro, hoje a Lei 10.639 ainda não é efetivamente cumprida em função de um conjunto de discriminações e intolerâncias enraizadas na nossa sociedade e de um ensino nas escolas pautado no modelo europeu. O não cumprimento dessa lei acaba reforçando uma série de estereótipo atribuídos aos africanos, o que faz com que não tenhamos referências negras na política, nas ciências, nas artes, na educação, na cultura e em tantas outras áreas do conhecimento registradas nos livros didáticos utilizados nas escolas de ensino fundamental e médio. Felizmente algumas boas ações estão ocorrendo. Quando lecionei (2014 – 2016) na EEEP Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda, consegui, junto a todos os professores, a gestão e a demais membros/as da comunidade escolar, trabalhar durante todo o ano letivo essas questões e a escola foi referência no Brasil, com destaque no site Portal do Professor, vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

13- O que lhe motivou a criação do seu blog Negro Nicolau ?

R: Quando lançamos o Blog em 27 de abril de 2011, o nome não era esse. Começamos com “Altaneira Infoco”, depois mudamos para “Informações em Foco”. Com este permanecemos por quase 5 anos.  Mudamos o endereço na rede mundial de computadores, mas a qualidade nas informações e a preocupação para que esta seja utilizada como um instrumento de poder e transformação social, o blog Informações em Foco agora denominado de “Negro Nicolau” superou todas as expectativas e se tornou a menos de um mês em um dos portais mais acessados do estado do Ceará e do Brasil.
A ideia de mudar o nome se deu em face de poder, através deste veículo de comunicação contribuir a partir das minhas ações de sentimento de pertencimento, para que outras pessoas se sentam representadas/os e empoderadas/os por negras e negros e possam ainda se sentirem como tal, lutando para superar e eliminar um dos maiores canceres do Brasil – o preconceito e o racismo.
O fato é que o nosso blog sem se apegar ao modismo dos veículos de comunicação hospedados na internet e sem aderir ao elitismo barato e ao sensacionalismo, está desses seis anos de atuação constante na rede mundial de computadores sempre A SERVIÇO DA CIDADANIA e, para tanto, sempre buscamos oportunizar os menos favorecidos, os que por algum motivo não tem voz através da comunicação. Esta (Comunicação) que consideramos uma das principais armas contra a homofobia, misoginia, racismo, conservadorismo, elitismo, enfim... contra as mais diversas formas que corroborem para perpetuar as desigualdades sociais. E é exatamente por pensar assim que além das nossas lutas diárias em vários espaços de poder, seja na escola ou na rádio, resolvemos há seis anos colocar esse portal como mais uma das ferramentas nessa luta de classe onde estamos do lado dos oprimidos na busca permanente por fazer com que cada vez mais pessoas se sintam parte e se sintam principalmente empoderadas/os.

14- Um livro ou filme que você indica para um melhor entendimento do movimento? Porque?

R:  João Rufino dos Santos, historiador, professor e escritor brasileiro e um dos nomes de referência sobre o estudo da cultura africana no país, diz que “movimento negro é, antes de mais nada, aquilo que seus protagonistas dizem que é movimento negro”. Então, tomando como base esse pensamento, sugiro como leituras para conhecer um pouco mais profundo o movimento, a obra de Verena Alberti e Amilcar Araújo Pereira intitulada “Histórias do movimento negro no Brasil”; “Orfeu e o Poder: o movimento negro no Rio de Janeiro e São Paulo (1945 – 1988)”, de Michael Hanchard, “O Movimento Negro Educador. Saberes Construídos nas Lutas por Emancipação”, de Nilma Lino Gomes e “Saber do Negro”, do próprio João Rufino dos Santos.

Nosso "Entrevistado" de hoje
Nome: José Nicolau da Silva Neto
Idade: 31
Formação: Especialização em Docência do Ensino Superior / Graduação em História
Ativista dos Direitos Civis e Humanos das Populações Negra
Administrador/Editor do Blog Negro Nicolau
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“Nós negros somos resistentes a esse sistema que nos oprime e que tenta nos invisibilizar.” Diz professor Nicolau

PS: Deixem nos comentários o que desejam ver nas próximas "Entrevistas".

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Sobre o Movimento Negro #EntrevistaRecortesDiversos

Oi pessoal!
Aqui está a terceira postagem da série "Movimentos sociais do brasil" aqui do blog,  nesta que é a primeira parte da segunda "Entrevista" vamos falar sobre o movimento negro. O movimento  tem o intuito de unir todos os negros denunciar o preconceito e o racismo, realizando protestos e atos públicos das mais diversas formas. É um movimento reconhecido tanto de redistribuição como por reconhecimento, com destaque a busca pela igualdade salarial e reconhecimentos as culturas afrodescendentes. Para ver postagens
Para ver postagens anteriores dessa serie de Entrevistas/Projeto sobre os movimentos sociais:
Clik >> Sobre Movimentos Sociais
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Entrevistador:Sávio Marinho
O "Entrevistado" de hoje é o professor Nicolau Neto do blog Negro Nicolau
Entrevista com total de 13 perguntas dividida em duas postagens.

Recortes Diversos (RD): O termo "Movimento dos negros do brasil" é correto?

Nicolau NetoDepende de quem fala. O lugar da fala e quem fala é muito importante em qualquer circunstância. Há frases e expressões que ao invés de ajudar a desconstruir mitos como o da “democracia racial” e preconceitos, no caso o racial, acabam por reforça-los. 

Recortes Diversos (RD): O que é o movimento negro e o que ele busca?

Nicolau Neto : A própria etimologia das palavras “movimento” e “negro” nos dá uma noção do que ele significa, do que ele representa para a comunidade negra. Movimento Negro enquanto forma de expressão de luta e de resistência de um povo existe desde que se começou o processo de escravidão. No Brasil, essa prática foi visível desde o século XVI e se estendeu até fins do século XIX. Nesse sentido, podemos falar deste movimento como aquilombamento de vários povos e de etnias distintas historicamente marginalizados da sociedade brasileira buscando formas de sobreviverem sem as correntes que aprisionavam seus corpos e as péssimas condições a quem eram submetidos nas plantações de cana de açúcar, nos engenhos, nas fazendas, nos cafezais, etc. O Brasil é o país que tem a maior população de negros fora da África. Os negros foram trazidos do continente africano para cá, escravizados e, não se contentando com isso, as elites político-econômicas da época, através de diversas práticas, cuja escravização inclui-se aqui como a mais clara, fizeram com que eles passassem por um processo de ‘aculturação’, sendo obrigados a deixarem de praticar suas linguagens, religiões e costumes adotando práticas europeias. Sendo assim, movimento enquanto ato de mover-se e pretender mover alguém – no caso negras e negros africanos – em busca de liberdade, vem junto com o processo de escravização.
Mas o termo Movimento Negro enquanto entidade nasce oficialmente em 1978. Sendo mais detalhista, em 18 de junho de 1978 quando vários representantes de grupos se reuniram em prol de uma causa, a luta contra a discriminação racial. Na época, quatro garotos do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê foram discriminados e Robinson Silveira da Luz, trabalhador, pai de família, foi acusado de roubar frutas numa feira, sendo depois torturado no 44º Distrito Policial de Guaianases, vindo a falecer em consequência das torturas. No dia 7 de julho do mesmo ano, ocorreu a criação e o lançamento oficial do Movimento Negro Unificado agregando representantes de várias entidades das causas negras, como Centro de Cultura e Arte Negra – CECAN, Grupo Afro-Latino América, Associação Cultural Brasil Jovem, Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas – IBEA, além de atletas e artistas negros. Cerca de duas mil pessoas participaram do ato nas escadarias do Teatro Municipal da Cidade de São Paulo, em plena ditatura civil-militar, para combater fortemente a discriminação racial.

Recortes Diversos (RD): O que é racismo?

Nicolau NetoHá várias maneiras de se responder essa pergunta. No Brasil, quem pratica racismo está sujeito à pena de reclusão. Isso está posto no inciso quarenta e dois, do artigo quinto, da Constituição Federal de 1988. Dentro dessa lógica, significa dizer que o racismo gera injustiças, desconforto, segregação e privilégios. Por isso, há a necessidade de se combatê-lo veementemente todos os dias. Por isso a importância de movimentos – e o movimento negro – não deve ser o único a lutar por esta causa. O racismo é um desvio moral e ético e quem o pratica se vê em posição superior ao outro e a outra, a enxergando como incapaz de ocupar certos cargos. O racismo no Brasil é institucional também. Quantos negros e negras já exerceram o cargo de presidente/a? Quantos/as parlamentares negros/as há no Brasil? E em Altaneira, cidade que residimos, quanto/as diretores/as de escolas há que são ou se consideram negros/as? Quantos/as vereadores/as já tivemos negros/as? Nessa legislatura, quantos/as se declaram negros/as?
Pensar assim evita, por exemplo, que se cometa erro histórico, como do tão falado “racismo reverso”. Ele inexiste. Quantas leis foram criadas no Brasil para proteger ou reparar danos causados a pessoas brancas? Quantas destas já foram paradas nas ruas e confundidas com bandidos/as? Quantas pessoas brancas foram as delegacias fazer denúncias por terem sidos alvo de discriminação ou por terem sido impedidas de erem acesso a estabelecimentos comerciais? Essas perguntas são importantes, porque são elas que atestam o quanto o Brasil deve a nós, negros/as. No Brasil, o costume é presenciar negro sofrendo racismo, não o contrário.

Recortes Diversos (RD): Na sua opinião, é preciso ser negro para participar do movimento?

Nicolau Neto:  Não. Lutar para extirpar a discriminação, por melhores e maiores oportunidade em todos os espaços de poder para o povo negro é um dever de todos. Praticar isso cotidianamente é um exercício de cidadania.

Recortes Diversos (RD): Para você, qual a melhor forma de lidar com a discriminação racial?

Nicolau Neto: Isso vai depender da situação. Há aquelas que necessitam um enfrentamento e um combate mais incisivo e outras que podem resolvidas de forma tranquila. Mas todas elas precisam serem discutidas no sentido de construir relações baseadas no respeito as diferenças, de valorização e reconhecimento de cada humano. Você não precisa esperar que alguma situação que coloque em xeque a dignidade das pessoas ocorra. É preciso fundamental que cada um de nós, nos mais variados espaços de poder, tenhamos atitudes e provoque debates no sentido de promover a igualdade respeitando as diferenças. Tem uma frase do professor Boaventura de Souza Santos que gosto muito e que aponta um caminho para o que ora se está discutindo. “Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades”. Então, é nesse sentido que podemos e devemos nos situar. 

Recortes Diversos (RD): O que seria a UNEGRO e como ela vê as conquista do movimento junto ao governo atual?

Nicolau NetoA Unegro é a sigla que representa a União nos Negros pela Igualdade. Ela está presente e 24 estados do Brasil, com sua sede na capital de São Paulo e no próximo dia 14 de julho fará três décadas de atuação. Mesmo com sua sede na capital paulista, a Unegro foi fundada em Salvador, na Bahia, em pleno processo de redemocratização do Brasil e busca combater o racismo e toda forma de discriminação e opressão social.
No que pese ao como a entidade percebe as conquistas junto ao governo atual, não seria bem a pessoa mais competente para falar sobre. Mas como ativista das causas negras me vejo no dever de responder. Não vejo nenhuma conquista do movimento negro neste governo. Ao contrário, nós enquanto negros e enquanto movimento só tivemos retrocessos desde que esse governo usurpou o poder com anuência dos setores mais conservadores e retrógrados do pais, como a mídia e também daqueles que deveriam ser os guardiões da constituição, representado pelo STF. Poderia citar aqui a extinção da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), uma das primeiras medidas do Temer. 

Nosso "Entrevistado" de hoje
Nome: José Nicolau da Silva Neto
Idade: 31
Formação: Especialização em Docência do Ensino Superior / Graduação em História
Ativista dos Direitos Civis e Humanos das Populações Negra
Administrador/Editor do Blog Negro Nicolau
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“Nós negros somos resistentes a esse sistema que nos oprime e que tenta nos invisibilizar.” Diz professor Nicolau.

PS: Deixem nos comentários o que desejam ver nas próximas "Entrevistas".

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